segunda-feira, 13 de dezembro de 2010



"Se você tivesse chegado antes, eu não teria notado. Se demorasse um pouco mais, eu não teria esperado. Você anda acertando muita coisa, mesmo sem perceber. Você tem me ganhado nos detalhes e aposto que nem desconfia. Mas já que você chegou no momento certo, vou te pedir que fique. Mesmo que o futuro seja de incertezas, mesmo que não haja nada duradouro prescrito pra gente. Esse é um pedido egoísta, porque na verdade eu sei que se nada der realmente certo, vou ficar sem chão. Mas por outro lado, posso te fazer feliz também. É um risco. Eu pulo, se você me der a mão."

- Verônica H.


sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta. eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar.

- Clarice Lispector
ah, a vida sorriu pra você? ele te ama? espere um pouquinho, querida. tão te enganando. até estar aqui, até ser você, tudo uma ilusão. até desistir. tudo ilusão. os anjos documentaristas escreveram isso no seu roteiro mas daqui a pouco vem a merda toda porque filme sem dar tudo errado nem a Disney faz. nem a Globo. ainda que eles enganem a gente no final. agora vai saber, se no nosso final, não acaba alguma coisa mesmo dando certo, tipo brinde do cosmos. mas daí é o fim e você já está tão cansado que só uma cama já pode ser um final feliz.

- Tati Bernardi

Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo.
Você não vai me ver mentir. Desista. Mentiria sobre a cor do meu cabelo. Sobre minha altura. Até sobre meus planos para o futuro. Mas não vou mentir sobre o que eu sinto. Nem sob tortura. Posso mentir sobre minha noite anterior. Sobre minha viagem inesquecível. Mas não agüentaria mentir sobre você por um segundo. Não na sua cara. Mentiria pras minhas amigas sobre a sua beleza. Diria que tem corpo de atleta e um quê de Don Juan (mesmo sabendo que elas iriam descobrir a farsa depois). Mas não me faça mentir e dizer que não te quero. Que eu não estou na sua. Não me obrigue a jogar. Não me obrigue a dizer “não” quando eu quiser dizer “sim”. Não me faça tirar você da minha vida porque meu coração ainda acelera quando você me liga.

Insisto. Não perca seu tempo comigo. Porque eu não quero entrar no seu carro se não puder entrar na sua vida. Não me conte seu passado se eu não puder viver seu presente. Não faça planos comigo se não me incluir no seu futuro. Não me apresente seus amigos se, amanhã, vou virar só mais uma. Me poupe do trabalho de adivinhar seus pensamentos. Diga que me quer apenas quando for verdade. Diga que está com saudade apenas se sentir minha falta do seu lado. Peça minha companhia quando não desejar só meu corpo. Me ligue quando tiver algo pra dizer. Mas, por favor, me desligue quando não estiver mais afim de mim."
[ Brena Braz ]

"No meio das defesas todas, havia algo que não se defendia, não sabia como se defender, não conseguiria, ainda que tentasse. Havia algo que delatava o desejo, os quarteirões da gente todos iluminados com o fogo feliz da sensualidade, iluminadas as ruas todas que dão acesso ao lugar onde o corpo e a alma costumam se encontrar e dançar numa única canção. Havia algo que não podia ser negado, preterido, amordaçado. Algo que inaugura primavera, tanto faz se é inverno. Algo raro e precioso. Que é perfeito, ao mesmo tempo que consegue incluir todas as imperfeições. Que é lindo, ao mesmo tempo que consegue integrar as esquisitices todas que gente também tem. Havia amor e, de um jeito ou de outro, sabíamos sem nos dizer, havia chegado pra ficar.

O amor quando é amor é amor."
(Ana Jácomo)

Eu sempre tive medo do minuto depois que nos despedimos. Do minuto depois que meu coração sente vontade de sair correndo atrás de você, de tão rápido que cisma em bater. Você chegou quando eu mais precisava de carinho. Me deu a mão, disse um monte de coisa sem sentido e me fez sorrir quando eu já não sabia mais o que isso significava. Desde então, fiz dos seus braços, um refúgio. Eu não queria me apaixonar, me envolver e sequer esperava conhecer alguém. Eu não esperava nada e você foi tudo de mais simples e confuso que eu experimentei. Me apeguei, me enrosquei e fiz o possível pra você ser meu. Eu gosto dos seus beijos, do seu ritmo, dos seus sorrisos. Gosto da maneira de como você me amassa, me descabela, me desorienta e eu nem tento me conter. Gosto de como você tira meus freios aos poucos e eu não sinto dor ou medo do seu lado. Odeio quando você desperta ineguranças que eu nunca tive.

Posso te contar um segredo? Um não, um monte. Eu tenho medo de ser feliz demais, mas ser sozinha. Por isso, preciso constantemente que você prove o quanto gosta de mim. Não quero mensagens, ligações, declarações e chocolates, quando só o seu corpo pode suprir toda essa solidão enorme. Eu não quero ser fiel à você, te amar e cometer loucuras. Sozinha, não. Eu te quero por inteiro e se você não estiver disposto a enlouquecer e ser meu, sem vírgulas ou observações, pode ir. Corre pros braços de qualquer outra. Eu engulo meus ciúmes, minha ânsia de viver e escondo a minha dor em baixo de qualquer tapete velho. Esqueço suas mãos, seus toques e as manias que criei depois que te conheci. Não é tão difícil. Já doeu mais, já me machuquei várias vezes e sempre consegui levantar. Por mais que demore, eu sempre consigo.

O amor não pede razão, preferência e sequer se trata de uma questão de múltipla escolha. Eu repito isso todas as noites, enquanto finjo não esperar uma ligação sua. E penso que se você fosse realmente prevísivel, eu não daria a mínima. Mas tudo bem, é sempre assim. Você aparece, me coloca no colo e me enche dos melhores sentimentos que eu já conheci. Me faz querer entregar minha vida nas suas mãos. Me faz querer amar de novo. Te entrego minha alma, minha vida, meu corpo, meu sobrenome, com a esperança de você me ensinar como se vive de verdade e me proteger de todo o resto. No fundo, eu só quero que você me peça pra ficar.

Não, eu não estou abrindo mão do nosso plural por drama, muito menos por falta de amor. Não faz essa cara, não fala essas coisas. Sempre me machucam demais e eu não quero deixar meu orgulho de lado novamente, só pra te ver feliz. E é sempre assim.. vivo me cobrando todos os princípios e opiniões formadas que tenho que ter na ponta da língua, como forma de proteção, pra não parecer submissa ou mulherzinha demais. Mas você vem, arruma a mecha desobediente da minha franja e desarruma o meu vestido. Me diz mil frases, eu só presto atenção em dez palavras e mesmo assim, você parece ter razão. Eu sei viver sem ter você, sei sentir desejo por outras pessoas (mesmo que não saia do pensamento) e não me enfiei em nenhum caminho sem volta desde que te conheci, mas quando você passa, deixa o ar com cheiro de segurança e me faz pensar em coisas bonitas que fazia tempo que eu não pensava. E eu me pego confessando, no escuro, que não quero ter razão, freios e limites. Quero dar um nome, uma vida, um amor. Eu só quero ter você.
De uma grande amiga, Carolina Farias.