segunda-feira, 28 de maio de 2012


Somente uma coisa me faria bem agora. Seria adormecer com a cabeça no seu colo, você me dizendo bobagenzinhas gostosas para eu esquecer a ruindade do mundo.

 Clarice Lispector 

sexta-feira, 18 de maio de 2012




Queridos, prezados, rapazes, homens. Tão difícil assim nos entender? Vejam bem, aqui do nosso lado do cabo de guerra é tudo tão transitório que é só fazer sim com a cabeça e não surtar quando a gente explode que tá quase tudo sempre certo: a gente se desespera, mas passa. Guardem os desaforos venenosos e as críticas dentro do saco da raiva e jogue bem longe, no próximo córrego, numa lata de lixo que faça possível reciclar o discurso. Dificilmente somos a parte sensata na hora que o fight pega fogo e cabe a vocês saber que, assim como adoramos os pets pequenininhos, não passamos de um pincher raivoso ou poodle equivocado que mais ladra que morde - pequenas no tamanho mas gritantes na urgência do viver.

Chame pra uma caminhada no parque ao invés de gorda, quando nos questionar sobre o passado, acredite de imediato e não solte nossa mão na rua sem motivo, ainda mais em tempo frio (a cabecinha começa a funcionar à milhão atrás de motivos que expliquem a talvez falta de orgulho ou quem sabe ex que passou no meio das árvores do outono). Expressem de vez em quando algum ciúme, que é pra gente ter certeza de que está tudo no devido lugar, falem nossa língua quando sabem que a chance é grande de magoar e abracem sem medida e nem freio, apertado. Tudo que a gente mais deseja é se sentir necessária porque o dia fica meio torto e incompleto se não tem o coração aos pulos quando está chegando perto de passo apressado. Ou, no lugar de criticar nossas roupas "estranhas", vocês notem quando a lingerie é nova ou a gente fica gostosa mesmo só de pijamão. Por favor, ou é mesmo assim tão difícil?

Ah, se soubessem vocês que tem algo entre as pernas o quanto ser carinhoso com nós, mulheres, na frente dos amigos causa inveja nos solteiros de plantão, tivessem qualquer noção do quanto roda na nossa mente uma frase, um cheiro, palavras rudes de uma briga desnecessária ou elogios no fim de tarde enquanto a louça era lavada, quem dera ao menos a noção do quanto importam os pequenos detalhes como flores vermelhas em datas especiais (é hipócrita a feminina que diz que não gosta), um SMS no meio do dia, chegar no horário porque saber esperar pra nós é arte sem domínio e essas coisas. Bem que podia.

Saiam com os amigos de vez em quando, mas não nos esqueçam pelo resto do dia. Falem de sexo e não deixem cair a peteca (ou, trocadilho, em fim) na rotina. Nos imitem no telefone pra descontrair um pouco, que a distância vai sufocando ao longo dos dias. Detestem aquelas nossas amigas, só que apenas de vez em quando. Sirvam nossos pratos, puxem as cadeiras às vezes e não esqueçam do beijinho assim que fecha o sinal. As broncas, sempre quando a sós, que a gente cuida e se controla muito mesmo para deixar pra lavar a roupa suja em casa e de portas trancadas. Em resumo: nos cuidem. Se é pra ser delicado, que seja com quem a reciprocidade permite - somos a rainha das meiguices, vocês sabem. Tolerem nossa TPM com muito chocolatinho, não nos encarcerem dentro de casa, que precisamos ver a rua, elogiem nosso perfume: nos amem que não existe fórmula mágica, mas sim, tentativa sincera.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

"A gente morre. E quer saber o que a gente leva da vida, quando morre? Porra nenhuma. A gente só deixa. Acha que, no final, vai levar tuas cicatrizes? Sejam emocionais ou físicas. Não, né? Então pra que tanto medo de viver?"

(Tati Bernardi)

Eu enfrentaria o mundo com uma mão, se você segurasse a outra.
Caio. F. de Abreu

domingo, 13 de maio de 2012

Eu tinha motivos reais, palpáveis e óbvios para te amar. Você é bonito, seu abraço é quente, seu sorriso tem mil quilômetros iluminados, seu humor me faria rir 100 encarnações e você é bom em tudo, mesmo não querendo ser bom em nada. Seu coração é gigante, tão gigante que você, por medo, prefere a superfície. Eu segui amando e redesenhando cada dobrinha da sua pele, cada cheiro escondido dos seus cantinhos, cada cílio torto, cada risada alta, cada deslumbre puro com a vida, cada brilho nos olhos quando o mar estivesse bonito demais. Cada preguiça, cada abandono, cada estupidez, cada limitação, cada bobeira. Amava seus erros assim como amava os acertos, porque o que eu amava, enfim, era você..


TB


Amava, amo e amarei.. ;)

Eu só quero ser feliz e viver tranquila. Eu só quero fazer minhas coisas da melhor maneira possível e ter um moço bonzinho que me leve ver o pôr-do-sol no fim de tarde.

TB

Macho pra mim é aquele que cumpre sua palavra. O fodão é aquele que tem várias opções de mulheres e escolhe todos os dias a mesma. E o bonzão, é o que sabe o valor de uma mulher. Esse resto que fica ai andando pela rua achando que é homem, típico ''MENINO'', pra mim não serve!

TB

sábado, 12 de maio de 2012

Cuidado: Frágil


Diz ao lado de caixas, mas poderia vir escrito no peito de cada um de nós: cuidado, é frágil. O vermelho vivo das letras retratando toda a nossa urgência em viver, sendo também a mais bonita estampa possível daquilo tudo que - internamente - tanto nos incomoda. Fugaz demais a felicidade que um olhar feio, uma atitude brusca, um atraso, mensagem nunca antes nem mesmo imaginada por nossa fértil mente. Andar nas pontas dos pés, mover atitudes e palavras com cuidado e zelo, porque a vida só é grande de tanto que, simultaneamente, é leviana.

Somos frágeis e precisamos de doses regadas de abraços apertados, beijos em canto da boca, ver o sol, a rua, ao menos uma vez o dia. Elogiar sempre que estiver saindo na ponta da língua uma possível felicidade do outro, pensar no bom e fazer o bem: lembrar de tratar com cuidado quem a nós é caro para não quebrar, mesmo quando a raiva ativa o sinal vermelho. Um carinho nos fortalece tanto, pessoas boas presentes na vida são também flores que brotam em meio ao concreto - necessitam de um pouquinho de atenção, morrem da indiferença e no esquecimento, atropeladas pela pressa, estresse cotidiano, as tentações maléficas e invejosas por aí a solta.

Pouquíssimo tem a ver a força que a gente aparenta, o tanto que se esforça, o poder que ostenta, a autoconfiança tão falsamente estampada. Por dentro, mil e uma desconfianças, desilusões, problemas que cada um carrega no íntimo. Impossível prever as quedas, os estragos, as cicatrizes e até onde dói cada ferida que nem mesmo sabe existir por trás dos dentes salientes e conversas descontraídas. A porcelana de todos nós, enfeitada sempre de pinturas rebuscadas e cores vibrantes, mostra arranha com facilidade e quebra a cara, os sonhos, e ideais quase sempre, como o estourar de um balão, o soprar do vento num anjinho do campo, uma hora depois no mesmo dia: em segundos, noutro trânsito dessas curvas e vias da vida humana.

Humor bipolar, pouso de borboleta, o passar apressado das nuvens: tudo transitório, assim como as pessoas na nossa vida, as tantas vestes de nossos humores, elevadas e baixas temperaturas dentro do cotidiano. Tem que se guardar na malinha que a gente é mas não reconhece mesmo, porque nem sempre ser exatamente como gostaríamos é o recomendável pro momento. O coração em melhor estado num potinho, bem guardado pelos milhares de anos que o vidro demora a se decompor com a pressa que a gente passa por aí. Embalados em plástico bolha, levados com delicadeza até o altar dos sentimentos. Cuidado: somos frágeis.

Camila Paier



Precisar de paz é não precisar de muito: uma tarde praticamente vazia, gasta em descansar sob as horas e florir sorrisos, apertar abraçando, ficar compressos, quietinhos com aquele papo de o que você quer fazer? Ah, o que te fizer feliz. Dormir uma horinha no sol, dar uma volta de carro e vidro aberto, redescobrir a força do seu cabelo enquanto o toque é muito mais cafuné que perícia. Repousar as malucas das minhas ideias no colo de quem acha tudo muito bonitinho enquanto falo em parar depois que o chocolate penetra no organismo e eu vasculho as novidades do mundo pelo computador enquanto você assiste televisão. Essa é a sorte do nosso amor, tranquilo, fazendo tanto eu, pessoa energética ver o quanto é bom esses tempos de paz onde, burra e inadaptável, corria atrás de mudanças - desnecessárias.

Ou lavar uma louça em água morna enquanto você acende a lareira, maratona de filmes, alimentar os peixes, silêncio sadio enquanto leio e ele dirige: tudo pacifismo puro onde antes a minha mania impetuosa doente via problemas, o meu estado de espírito irrequieto complicava sem cerimônia, pudor, pedido; agia sem uma fagulha de pensamento durável, o desejo de permanecer no embalo da rede, matando a sede na saliva. Sorrir sem cansar e, ao se dar conta, ver no sorriso do outro a única figurinha repetida que a gente não cansa de arquivar na coleção. Viver de bandeira branca amarrada no peito, muito melhor acordar sem caber no espaço de tempo que passamos juntos espaço para mau humor, chatices já conhecidas e melindres totalmente desnecessários. Rir com as imitações ao telefone, agora gostar dos antes tão detestáveis domingos, quase voar quando junto, tamanha a leveza que com erros, ganhos, situações e a mesma vontade de que não quebre nunca e dure pra sempre (ampliada, gigantesca, gritante) de sempre fizeram chegar até a parte mais doce e segura, até então.

De olhar a vista nebulosa do friozinho da noite e lembrar momentos de um passado ainda próximo, e gargalhar um pouco, se proteger do sereno e fazer a dancinha. Ser pão, comida e todo o amor de uma vida enquanto durar, conseguir ultrapassar árduo do inferno até chegar a esse céu de alguns dias - assim, limpinho e azul, sem ventos que nos enrolem as ações, nem o frio de palavras impensadas, atitudes intempestivas. De um colorido tão clarinho que nos ilumina e do tanto de bem que tem, nos faz querer ser pessoas cada vez melhores. Porque é dessa calma aguda que preciso sempre, de pés de meia que roçam e esquentam os meus, da fortaleza de sossego que são dois braços fortes que me envolvem, sólidos. Serenos. Tranquilos. Felizes.

Camila Paier
não que eu seja diferente. eu quero e preciso das mesmas coisas que as outras pessoas. trabalho, dinheiro, casa, amigos, amor. a diferença é que eu quero mais que isso. mais que o trivial, que o comum. muito mais.

- Tati Bernardi


“Loucura é ‘ficar’ sete meses, namorar cinco anos, noivar mais dois e não ter tesão na lua de mel. Perigo é não se render a alguém que tem urgência em te querer só porque o manual de instruções do seu coração recomenda prudência e canja de galinha. Você pode perder a razão, a cabeça, os princípios, a harmonia e a saúde mental. Desde que saiba exatamente onde está seu coração. Loucura é não arriscar. Perigo é não ceder.”

Gabito Nunes in Perigosas loucuras de amor